quarta-feira, 16 de junho de 2010

Mafalda, de Quino

Eu relutei um pouco em fazer esse post. Mas as várias razões de não fazê-lo foram vencidas por uma única razão para fazer. Quino não tem idade. E Mafalda, sua principal personagem, também não. Acredito que ela seja uma menininha atarracada mais pela irônia da situação do que por qualquer outra coisa pois, seja lá quem leia o roteiro da revista, sem os quadrinhos como guia, poderia dar 20, 30 anos a ela.

Não tem HQ mais adulta do que Mafalda e apesar de ter lido extensivamente a obra na juventude, e dado boas risadas, foi só anos depois que eu entendi o sarcasmo ríspido, o tapa na cara que Joaqín Salvador Lavado dá nos seus compatriotas argentinos. Sua voz, expressa pela jovem Mafalda, relata os problemas de uma sociedade cheia de falhas, de esquisitices, de erros mesmo, que vistos pela ótica de uma criança deveriam ser ampliados, mas não, são reduzidos, são explicados com uma sutileza única e uma simplicidade invejável.

Isso já foi dito várias vezes, mas é verdade, Quino é universal. Você pode ler na Argentina, no Brasil ou (e talvez principalmente) nos Estados Unidos, as críticas seriam as mesmas, pois a obra retrata a sujeira embaixo da unha da alma do ser humano, e o ser humano é um cínico aqui ou acolá.






Agora vamos às desculpas. As Hqs não têm creditos. Na verdade a "Mafalda Inédita" possui um bannerzinho de oateneu.blogspot, mas eu fui checar e o site está vazio, não tem absolutamente nada há muito tempo. A "Mundo de Mafalda" nem banner tem, mas eu achei duas páginas que estão com erro. Talvez tenha mais, não fui eu quem escaneou, me desculpem por isso, em compensação, tem 500 outras páginas com mais de mil tirinhas nelas pra ler, deve bastar por algumas horas de entreterimento.
Agora, eu achei ambas as HQs no site O Fator HQ. Eu sinceramente não entendi bem o site. Parece estar parado, o último post data de 22 de maio. Uma pena. Mas passem lá e prestigiem, comentem se possível e quem sabe assim eles não voltam.

Àqueles que gostam de sinopses, lá vai uma breve introdução, retirada do próprio site onde achei as revistas:


"A trajetória de Mafalda abrange o período compreendido entre os anos 1964 e 1973, em três publicações: “Primera Plana”, “El Mundo” e “Siete Dias Ilustrados”. Bem antes da despedida oficial da tira, em junho de 1973, Quino — e ninguém mais do que ele — percebeu que eslava esgotado e não poderia insistir sem se repetir.


Ao contrário de outros colegas seus — como Schullz, criador de “Peanuts” —, que fizeram as tiras sobreviverem apoiando-se num grupo de roteiristas e desenhistas, Quino sempre resistiu a perder o contato pessoal com sua criação. Nunca aceitou adotar essa modalidade de trabalho, por considerá-la inadequada a seu estilo, e também nunca utilizou um mecanismo particular de trabalho. Antes que alguém o percebesse, Quino soube que Mafalda havia cumprido sua missão.

Os dez livros editados sobre Mafalda não contêm todas as peripécias da personagem que Umberto Eco definiu como “uma heroina irascível que rejeita o mundo como ele é… reivindicando seu direito de continuar sendo uma menina que não quer se responsabilizar por um universo adulterado pelos pais”.

As tiras que integram este Mafalda inédito — em grande parte editadas nas publicações mencionadas — foram, em muitos casos, deliberadamente omitidas dos livros anteriores. A decisão de levá-las a público através de uma nova edição significa não apenas uma homenagem à verdade histórica de Mafalda — prestes a completar seus vinte e cinco anos* — como também um apelo à reflexão sobre quase uma década da história local e mundial.

O volume inclui as 48 tiras publicadas na revista “Primera Plana”, que nunca foram recompiladas. Além disso, contém as origens da afã de contestar o mundo, mas, antes, da necessidade mais prosaica de promover um determinado produto.

A não ser por razões de força maior, como o desaparecimento de alguns originais, os critérios utilizados para descartar as tiras aqui reproduzidas foram principalmente três. Em primeiro lugar, prevaleceu a opinião do autor, que eliminou algumas por achá-las simplesmente “ruins”, e portanto sem méritos suficientes para serem incluídas nos volumes anteriores. Outras foram eliminadas por se considerar que se referiam a situações de vigência temporária (por exemplo, as chamadas para a participação na vacinação contra poliomielite).

Finalmente, e aqui se impuseram critérios de natureza política, também não foram incluídas as tiras que faziam alusão, com a inevitável dissimulação do momento, às limitações do governo do doulor lllia. O próprio Quino explica que “tanto pela nossa ignorância das regras do jogo democrático como pela própria precariedade destas democracias, nós nos convertemos, sem querer, nos melhores aliados do inimigo”."



E chega de enrolar, vamos às obras.




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6 comentários:

  1. Malfada é genial incrivelmente Genial

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  2. Com certeza.
    E aliás, se quem escaneou isso quiser se acusar, fique à vontade. Acho uma pena esse trabalho passar batido, sem dono.

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  3. É tenho q concordar c o maltese,...genial. Agora, Jevoux.. louvável sua preocupação c quem teve o trabalho de scanear hei...

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  4. Vlw. E na real, tem que se ter essa preocupação mesmo. Fazer essa prada dá um trabalho desgraçado, então um pouco de reconhecimento não faz mal.
    Pelo contrário, acho qe até incentiva.

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  5. Vlw, post excepcional, mostra bem como não precisa de muito pra fazer história genial, essa aí é foda...
    Parabéns ae pra vocês e pro ilustre anônimo que prestou esse serviço...

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  6. Nrecisa de muito mesmo.

    Às vezes só o senso crítico e um pouco de bom humor bastam.

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