sábado, 26 de junho de 2010

Divagações

Eu andava pensando estes dias sobre literatura, adoro ler, tudo desde bula de remédio a Saramago, de rótulo de sucrilhos a folha de São Paulo. Talvez tenha pegado esta mania do meu pai, que lia dicionário e enciclopédia como quem lê jornal.
Leio de tudo, sempre li, adoro contos como os de Poe, amo o texto confuso do Saramago, acho a poesia do Vinicius FANTÁSTICA, Machado de Assis? hours concurs.

Quando eu digo o que gosto da literatura, ouço coisas como, "sim, este é ótimo" "Boa escolha", seguidos de meneios verticais da cabeça, mas quando digo que sou vidrado em quadrinhos(ainda chamo de quadrinhos), alguns me dizem, "a uma ótima leitura de matar tempo", outros maneiam a cabeça horizontalmente.

O que me fez pensar, os quadrinhos são menos literatura? Eu aprendi a ler com turma da Monica, tive minha adolescência recheada de super heróis, hoje leio outras comics. Mas, paro e penso, realmente, muitos dos quadrinhos são apenas forma de matar um tempo, com um entretenimento que é valido. Porém, será que nenhum deles pode ser considerado uma obra, no caso deste texto de literatura e não arte, pode?

Eu acho que pode, e tenho alguns exemplos.

Talvez o maior seja AKIRA, obra mestre do Katsuhiro Otomo. Mas porque usar um MANGÁ como exemplo? Talvez porque eu não goste de Mangás na verdade; tenho o maior respeito por eles, algo como o mangá que absorve milhares (milhões?) de leitores, que tem quase meio século de história consolidada, e que tem tamanha importância no mercado oriental.

Mas realmente não gosto, não sei se pela arte ou pelas histórias, cresci vendo cavaleiros do zodíaco e outros animes, mas nunca curti de verdade.

Mas dobro-me perante a AKIRA. Obra máxima de um grande autor, escrito em 1982, retratando um mundo pós- apocaliptico, onde fora deflagrada uma guerra atômica. Onde uma gangue de crianças drogadas se envolve em algo maior do que pode conceber.



Tenho certeza que Akira, é uma obra perene, ela será sempre referência de certeza, e por mais que alcancemos o ano de 2038(ano que se passa Akira), ela ainda será importante, assim como 1984 foi.

Um comentário:

  1. "tô contigo e não abro"

    também não gostode mangá (e nem do público que consome), mas tô na reta final do mangá, e o Katsuhiro me deixa embasbacado ainda. Tanto em desenhos, quanto em roteiro mesmo... Uma clássico, que os "otakus" desconhecem e/ou ignora,

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